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Rio de Janeiro,28/04/2025

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Poluição e descaso ameaçam sistema lagunar da Barra da Tijuca

INMET prevê fortes chuvas neste final de semana e situação se agrava

INMET e Mário Moscatelli
Poluição e descaso ameaçam sistema lagunar da Barra da Tijuca "Se cover 400 mm e a maré estiver alta a água vai invadir sua cas", disse Moscatelli. Foto: Reprodução/TV Globo

O sistema lagunar da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, enfrenta uma grave crise ambiental que pode se agravar nos próximos dias devido à previsão de fortes chuvas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), há possibilidade de tempestades intensas neste final de semana, o que pode causar o transbordamento das lagoas da região, já sobrecarregadas por lixo e esgoto acumulados há décadas.


Na última sexta-feira (8), uma vistoria independente revelou o tamanho do problema: cerca de 50 sofás e poltronas foram encontrados descartados irregularmente na Lagoa da Tijuca. O telejornal Bom Dia Rio acompanhou o biólogo e ambientalista Mário Moscatelli em um giro pelo espelho d’água. Apesar das telas de proteção instaladas para conter o lixo, muitos objetos descartados nas áreas urbanizadas de Jacarepaguá acabam sendo carregados pelos rios e se espalham pelas lagoas, chegando até o mar.

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A ameaça das chuvas intensas


Com o agravamento do assoreamento das lagoas, Moscatelli alerta para os riscos iminentes. “Naquele dia que chover 400 milímetros e a maré estiver alta, vai ser a água que vai invadir a sua casa”, disse o ambientalista. A situação é potencializada pelo entupimento de canais, como o do Anil, que está tomado por gigogas (plantas aquáticas invasoras). Segundo Moscatelli, se a chuva prevista para os próximos dias for intensa, a vegetação acumulada pode interferir gravemente no escoamento das águas, provocando inundações severas em terrenos naturalmente alagáveis.


Em uma publicação em sua conta no Instagram, o ambientalista fez um apelo contundente: “Apenas venceremos esta guerra fratricida se TODOS, SEM EXCEÇÃO, cada um na sua competência, atuarmos de forma individual e coletiva. Não há mágica e tampouco salvador da pátria ambiental.” Ele também sugeriu uma ação emergencial, como o envio de uma anfídroga para desobstruir o canal do Anil antes da chegada das chuvas.


Quatro décadas de descaso

A poluição do sistema lagunar da Barra da Tijuca não é um problema recente. Segundo Moscatelli, a crosta preta acumulada na superfície das lagoas é um indicativo de que há pelo menos 40 anos o esgoto não tratado se deposita no fundo. O despejo irregular de lixo por moradores e comerciantes agrava ainda mais a situação, criando um cenário de degradação ambiental que impacta diretamente a qualidade de vida da população local.


Responsabilidade coletiva


Especialistas e moradores da região concordam que a solução para a crise ambiental na Barra da Tijuca depende de um esforço conjunto entre cidadãos, empresas e autoridades públicas. Enquanto ações emergenciais, como a limpeza dos canais e a retirada do lixo, são necessárias para evitar tragédias imediatas, o combate à poluição exige um plano de longo prazo, com investimentos em saneamento básico, educação ambiental e fiscalização rigorosa.


A previsão de fortes chuvas nos próximos dias serve como um alerta para a urgência de medidas preventivas. Sem ações concretas, o cenário atual pode se transformar em uma catástrofe anunciada, com impactos devastadores para o meio ambiente e para os moradores da região. Como ressaltou Moscatelli, "fomos avisados". Agora, resta saber se as autoridades e a sociedade civil estão dispostas a agir antes que seja tarde demais.




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