Mercados em condomínios representaram 53% das unidades abertas em SP no ano passado, diz associação

Os mercados dentro de condomínios lideraram o ranking de aberturas do setor supermercadista paulista em 2024, representando 53,5% das novas lojas.
O setor faturou R$ 328 bilhões em São Paulo no ano passado, com crescimento real de 3% (descontada a inflação) em relação a 2023. Foram inauguradas 4.023 lojas no estado, resultando em um saldo líquido de 2.668 novos estabelecimentos após o fechamento de 1.355 unidades.
Para o presidente da entidade, Erlon Ortega, essa tendência reflete a busca por conveniência pelos consumidores. Quanto aos hipermercados, o cenário é menos favorável, com expectativa de substituição progressiva pelo modelo de atacarejo.
— O atacarejo não oferece serviço, mas tem preço reduzido. Há seis, sete anos, os supermercados, diante desse movimento, disseram: preciso ser mais competitivo, mais eficiente e reduzir meus preços. Ao mesmo tempo, o atacarejo percebeu que o cliente queria carne cortada, queijo fatiado, o que traria mais custo. Então, essa diferença (de preço) entre os dois diminui, mas o atacarejo está substituindo o hipermercado.
O setor criou 22 mil novas vagas em 2024, sendo 75% delas ocupadas por mulheres. Há, no entanto, 34 mil vagas não preenchidas. A associação esteve recentemente com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, para discutir soluções para a ocupação dos postos de trabalho.
Uma das propostas apresentadas seria permitir que os inscritos no CadÚnico possam ter carteira assinada sem perder o acesso aos benefícios sociais imediatamente.
— Nós temos um grande número de pessoas assistidas pelo programa social, mas já há um grande número de empregos a serem ocupados. Então, nós levamos isso ao governo, duas semanas atrás — disse Ortega, que respondeu que não houve andamento na demanda desde então.
O presidente da Apas também enfatiza a necessidade de adaptar as jornadas de trabalho às expectativas das novas gerações, considerando que o setor é um importante primeiro empregador.
Segundo ele, os jovens buscam flexibilidade: há quem prefira começar a trabalhar mais cedo para ter a tarde livre, quem tope trabalhar aos fins de semana e até quem abra mão de dias de férias em troca de outras vantagens.
Questionado sobre a possibilidade de reduzir a escala predominante de 6x1 (seis dias trabalhados com uma única folga na semana), o presidente não confirmou mudanças, mas reiterou a urgência em revisar modelos trabalhistas:
— Alguns querem trabalhar cedo e folgar de tarde, outros não. Alguns querem férias só de dez dias. Nós temos de nos adaptar a esse modelo. Não é um pedido do supermercado, é um pedido do jovem para que o modelo possa ser modernizado.
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